terça-feira, 14 de janeiro de 2020

A súplica do paladino

Na calada da noite todos tem seu descanso merecido após o dia intenso que havia passado, num dos quartos luxuosos preparados para os heróis resgatados entretanto, Afarello caminhara em círculos pelas ultimas horas ponderando seu lugar no mundo e questionava suas convicções, o halfling finalmente junta suas mãos sentado ao pé da cama e abre seu coração para Azgher
-Mestre, tu que estivera ao meu lado quando mais estive perdido, tu que me guiou para fora do nada de minha vida e deu um propósito para aquele que não tinha mais futuro,tu és o norte de minha vida e ainda assim me vejo tão desgovernado, impotente, sou tão fraco quanto o garoto abandonado no deserto mesmo agora que ando com gigantes, virtuosos companheiros que jurei com minha vida proteger mas quando penso francamente aquele que precisa de proteção sou eu,sei que sou aquele tocado pela sua luz e que o poder do divino vive em mim então por que ?senhor, por que fraquejo quando mais sou necessário ? qual o propósito de nosso encontro se não para me conceber a força para seguir seu caminho ?-Afarello segue calado por um instante enquanto exuga algumas lagrimas então prossegue
-Não que eu espere um resposta, estou ficando acostumado a ser ignorado quando a unica coisa que almejo é a honestidade daqueles a minha volta...-Antes que pudesse recuperar o folego a atenção de Afarello é conduzida para janela de seu quarto que até o momento simulava uma noite aconchegante, assim que terminara sua prece o sol raiou ofuscando a lua no céu e sua luz invadiu o quarto secando as lagrimas e levantando o halfling num susto. Afarello se viu de pé observando o feixe de luz que passava por ele e projetava sua sombra na parede, e nessa mesma sombra a luz lentamente desenhou os contornos que facilmente seria possível visualizar a imagem do dragão que Azgher se manifestava.O calor e a luz acalmam Afarello e mesmo assim ele é incapaz de reagir, simplesmente estático com a manifestação do divino em resposta a seu lamento, o silencio segue enquanto a luz desenha a imagem do divino até que uma voz profundamente grave e gentil rompe pela sala.
-És aquele que me procura, filho ?-Afarello sequer raciocina que era uma pergunta direcionada a ele então a voz segue.
-Há um ano que os dados do destino me conduziram a ti,filho, quando se via perdido e ainda assim caminhava, mesmo sem futuro e sem destino seguia em frente, vi em sua alma e ainda vejo o sol que ilumina aqueles que buscam pela luz; seja fiel à minhas palavras,pois  nem o mais virtuoso, nem o mais ponderado são aqueles que despertam o interesse daqueles que transcendem a mortalidade, se te escolhi como meu seguidor assim será até o fim de sua existência sem que jamais questione seu merecimento, és o campeão dos céus e mesmo que gigantes lhe ofusquem o caminho deve se lembrar que independente do tamanho da nuvem o sol ainda brilha em algum lugar.Terá pela frente provações injustas e como qualquer mortal suas falhas irão transparecer, mas não deixe suas cicatrizes resumirem sua existência, lute contra suas imperfeições, assim como sempre, esse é o caminho daqueles que buscam algo a mais,floresça,evolua, prepare-se .
A luz lentamente se recolhe para fora da janele enquanto Afarello segue encarando fixamente sua sombra, agora produzida pela luz da lua, e aos poucos seus olhos seus olhos começam a pesar, antes que perceba a tranquilidade toma seu corpo despencando num sono profundo.         

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